sábado, 3 de abril de 2010

Educação missionária e educação mercenária.



















Podemos a afirmar com convicção que o ato de educar está além das quatro paredes de uma sala de aula, o sujeito e o objeto de educação estão sempre entrelaçados numa relação, todavia, uma relação de poder de conflito e de afeto.
Aluno e professor, mestre e discípulo, pais e filhos, pouco importa a casta social ou o nível cultural de uma sociedade, a educação surge nos espaços mais inóspitos por ser uma relação de aprendizagem mútua. Doravante, tecnicamente o espaço especializado e burocratizado para esse tipo de ação tem seu papel. A escola principalmente. No tocante a questão, definindo o conceito de escola, dentre os variáveis conceitos que pedagogicamente poderiam aparecer, nos chama atenção no momento, um ator social: o professor. Difícil defini-lo, os sinônimos vão desde coitado até mal pago, mas não deveria ser assim. E bem verdade que existe uma causa justa pela qual lutar, os educadores em sua maioria lutam por salários melhores, mas se esquecem de uma escola melhor para seus alunos marginalizados por uma sociedade que na mesma vala os acolhe, professor e aluno.
A saída seria unificada, mas a classe é desunida, professores não são psicólogos, nem policiais, não podem andar armados, e ainda sofrem agressões físicas, verbais e culturais. O professor e o sinônimo de falta de perspectiva, alguns diriam, e se não houver professor? Com certeza ainda haverá educação, por isso, os professores precisam se unificar em torno de propostas e não somente de salários, mas alma humana é pequena, principalmente nos dias atuais o atrofiamento da alma humana tem sido uma característica que não separa pagão e cristão, eremita e artista, a alma humana é pequena e vem atrofiando a cada dia.
Na idade de ouro, Grécia antiga, a política e a formação do cidadão eram fundamental, daí nascem às escolas e a educação "Paidéia grega". Nos mosteiros da idade media grandes educadores surgem e formalizam o ensino acadêmico cujo herdamos e muito com suas proposições lógicas e a valorização do mestre. A idade moderna inaugura a segurança no homem formador de cultura e na ciência que poderia salvar a humanidade,otimismo esse que culminou em crise, tudo bem, as coisas não foram bem assim, mas desde 1789 a 1989 entre revolução Francesa e muro de Berlim, o homem de desenvolveu e atrofiou a alma, num rítimo acelerado de forma incontrolável. O mundo como vemos hoje vive essa falta de perspectiva a espera que alguma coisa possa acontecer, mas nossos atores sociais indispensáveis em todas essas épocas já não são os mesmos. O que nos leva a crença de que hoje existe uma educação missionária, cuja vontade de vencer os obstáculos, e sofrer por um mundo melhor faz do educador um responsável não só por si mesmo, mas por algo mais. O que impulsiona a vontade e a satisfação de fazer um trabalho digno, ao contrário de uma educação mercenária, que faz do educador um alpinista social, este busca sempre caminhos que possam encurtar o seu bolso, e morrem de trabalhar sem se preocupar com a qualidade de sua formação e a formação de seus alunos, a sociedade perde com os mercenários embora eles ganhem com isso.
Não poderia ser diferente, preferem escolas particulares e amigos renomados, acreditam mais em si mesmos e nos seus “cumpadres” do que numa sociedade melhor, enquanto por outro lado os profissionais da educação que não tem perspectiva pisoteiam uns aos outros seguindo o exemplo destes bem renomados executivos da educação. objetivamente com raras exceções. Entretanto o fenômeno da educação mercenária e missionária depende muito do objetivo e da subjetividade do educador, mais que o sistema educacional, se a barbárie tomou conta não adianta procurar culpados, os responsáveis pela possível inversão desse quadro somos nós todos os educadores, professores, amigos, família, escola, religião governo, instituições privadas, filantrópicas e o verdadeiro heroísmo dentro de cada um que assume para si o papel de educador que vai muito além de mero professor assalariado, ou executivo da educação.

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