segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Cego.

   Imagine um cego de nascença (...) tente imaginar todas as dificuldades desse sujeito, no processo de adaptação e convivência com o mundo e com os outros. Vejamos por partes: esse indivíduo aprendeu a ver pelo tato, audição, entre outras formas de linguagem, como a fala,
para familiarizar-se; entender e ser entendido por outros em um mundo que não é só seu bairro; sua casa; sua familia, mas no desafio de afirmar-se como ser no mundo. 

  Não raro, depois de fazer essa exposição vamos ao problema, se é que exsiste problema na cegueira a que me refiro. Aos trinta anos de idade o cego não viu nada com seus olhos, embora tenha visto muito sob o aspecto de sua condição humana, adaptou-se, aprendeu a lidar com  dificuldades, foi alfabetizado,estudou  surpreendeu a si mesmo, inteirou-se com o exterior se casou e vive como um homem digno. 

De repente uma nóticia pode mudar sua vida, uma nova tecnologia traz o impossível aos seus olhos; a luz, uma simples cirurgia pode tirá-lo da total escuridão dar-lhe a oportunidade de enxergar aquilo que nunca viu pelo menos sob a ótica do ver através dos olhos. 

    Muita indecisão, mas esse sujeito corajoso, toma uma atitude e resolve ver - Na decisão estupefata diante do novo, faz a cirurgia, logo começa a ver a luz outrora sempre  lhe foi negada por sua condição natural , as luzes da natureza o deixa maravilhado - Lindo! exclama ao céus. O cego não é mais cego e o problema não é mais um problema, mas será que é esse o problema? De repente, em duas esquinas, o vapor das máquinas e  a poluição das industrias junto a rapidez dos carros e a impaciência dos pedestres e motoristas  somado ao ódio na expressão dos rostos cansados,tudo isso lhe tonteia em um frenezi de convulsões e pensamentos; gente suja jogada ao chão, no jornal da esquina a foto estampada da guerra em algum local do planeta, ele já sabia de tudo, era inteirado mas não tinha visto tudo.

     A luz do mundo até então tão sonhada era um incômodo sombrio e só fazia trazer mais dor, agora sente muito por tudo, lutou a vida inteira para entender o mundo em seu modo de ver, num piscar de olhos literalmente; pode olhar para sua própria desgraça, ou melhor, a desgraça da humanidade na qual sempre fez parte. Relfetindo sobre sua atual condição lembra da última frase do médico quando retirou as ataduras e o curativo de seus olhos - "Agora tu és nornal para viver plenamente ". O cego muito triste vaza os olhos e volta a sua antiga condição, volta a ser cego. Nesse caso específicamente a cegueira não é o problema o problema é o ato de ver como os outros. 


Hugo Neto. By: Filósofo.





quarta-feira, 8 de setembro de 2010

ATITUDE PUNK E FILOSOFIA


















Não poderia ficar de fora da nova onda de associar ícones e coisas até mesmo absurdas com alguns preceitos filosóficos, portanto filósofos de plantão; essa leitura não é para vocês, pois, espero que estejam mesmo além dessa leitura simplória, caso não estejam é perigoso.

O movimento Punk influenciado, sobretudo pela chamada contracultura dos anos 50 e 60 estendendo-se aos anos 70 com grande impacto na música principalmente, tinha como parâmetro dizer – dane-se! Faça você mesmo.Como oposição as guerras sobretudo á guerra do  Viêtina, após duas grandes guerras mundiais e um colonialismo caduco no continente Africano sustentado pelos países Europeus mesmo depois de duas grandes guerras mundiais, toda uma geração foi atingida por essa agressividade descontrolada não muito diferente do consumismo , ou melhor, do vampirismo desenfreado de nossos tempos. Mas há uma saída, assim como sempre houve espaço para saídas triunfais na  história da civilização.Por isso entro nessa onda de associar atitude punk e filosofia, poderia associar outra coisa mas me chama atenção o movimento Punk por um motivo, a simplicidade por não saber ; e em três acordes resolver jogar pra fora toda angústia guardada de uma geração, ou melhor dizendo, de uma geração de gerações que já vinham denunciando desde o século XIX  a controversa da bárbárie moderna em nosso estilo de vida em que o lema primordial seria - "se queres paz prepare-se pra guerra" - tudo isso era eminente a todo e qualquer momento, e houve um período que uma suposta parte da juventude não se calou , em alguns lugares do mundo foi calada á força, mas pro azar de muitos não resolveu. - Chega  de melação e vamos ao que interessa. Muitos teimam em dizer que o punk rock veio para destruir a concepção de que é necessário ser músico para fazer música, bom se o objetivo é elevar a criatividade ao máximo e implicitamente elencar conteúdos como – vá e diga! – Não é necessário ser erudito para tocar na veia do problema, esse resultado deu certo do ponto de vista de um movimento artístico. No tocante a filosofia para fazer um paralelo somente, o que poderíamos dizer de uma filosofia punk - se esse fosse o caso?

Ainda há um misticismo por detrás da filosofia, muitos dizem que filosofia é para doutos, concordo plenamente, pensar dentro dos rigores filosóficos não é fácil. Todavia nem todos os interessados por filosofia querem ser filósofos. O movimento punk culturalmente surgiu para romper os limites da organização progressiva de um estilo de música e estética intelectualizada. Depois do movimento Punk é impossível pensar musica e arte sem levar em conta a espontaneidade desse estilo alvoroçado e ao mesmo tempo carente de erudição. Bom, não pretendo me estender, o que isso tem com filosofia? Não é necessário ser filósofo para ler uma obra filosófica, evidentemente alguns pensadores somente alguém com formação filosófica poderiam ler e entender, mas não todo o corpo da filosofia e alguns conceitos filósoficos, isso  não! -estão aí no mundo.Filosofia também é atitude, imaginação - Faça você mesmo, os cernes dos temas filosóficos sempre estiveram ligados à vida ao mundo a imaginação e criatividade a linguagem. São questões humanas tratadas por humanos, vivenciadas por nós, no dia á dia. Deveras é preciso lembrar que não pretendo vulgarizar o discurso filosófico, o vulgar não é o trivial, nem sempre. Confunde-se o vulgar com o trivial e na tentativa de ser didático acaba-se sendo mais vulgar, não é essa minha intenção, mas deixo a revelia dos algozes da razão esse julgamento.

Aproveito essa onda de relacionar filosofia com filmes, bandas e até mesmo seriados e faço minha apologética não menos ensandecida sobre um tema trivial de lanbuja convido á todos os estudantes do ensino médio a terem uma atitude punk e filosofarem.
- vamos, faça você mesmo. Talvez isso e somente isso, seria o que se poderia dizer de uma filosofia Punk ou de uma Punk filosofia.

Hugo Neto. by: Filósofo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Carater público e privado da moral.




Caráter histórico e social da moral não se reduz a tradição, ou a herança dos valores recebidos pela tradição.
Podemos problematizar o seguinte: o caráter pessoal da moral leva em conta o sujeito agente moral, levando em consideração esse agente é preciso analisar o comportamento deste agente partindo da premissa que esse pode perfeitamente estar em conflito com a moral vigente.

         Conflito moral ou dilema moral: Dentro dessa proposta pretendemos em termos didáticos perceber a moral em seu conceito: “Conjunto de regras que determinam o comportamento de um sujeito em um grupo social” – todavia analisar esse sujeito e seus dilemas morais, os sujeitos privados podem ou não estar de acordo com a moral vigente? Sim! Podem. Mas esse conflito é sutil, a relação público privado é sutil numa sociedade civil o público quase sempre atropela o privado, mas o resquício de uma ditadura do privado paira sobre os interesses públicos, de forma que os interesses públicos nem sempre tão claros e os interesses privados menos claros ainda como deviam ser de fato, o flerte de interesses e definições perpetua-se numa dialética sem fim.
           
            Nossa proposta é clarificar esses conceitos não pretendemos nesse artigo dizer a verdade, mas apenas restringir algumas concepções morais e sua relação público, privado, portanto é uma tarefa muito difícil, por seu turno não prometemos êxito, todavia o exercício filosófico nos impulsiona a questionar assuntos difíceis como esse, por isso, não fugir ao debate mesmo correndo o risco de incidir ao ridículo nos chama atenção. Chama-me atenção precisamente a definição do caráter pessoal da moral no livro de Maria Lúcia de Arruda Aranha, pois a filósofa utiliza livremente os conceitos de Adolfo Sánchez Vásquez, mais precisamente em seu livro a Ética, onde essa tese e levada às últimas conseqüências. Todavia no âmbito moral dessa relação público privado, Aranha chama-me atenção num parágrafo e penso nesse parágrafo como valioso para minhas possíveis respostas a uma questão tão complexa ás minhas limitações intelectuais. Diz a autora “A ampliação do grau de consciência e de liberdade, é, portanto de responsabilidade pessoal no comportamento moral, introduz um elemento contraditório que irá, ao tempo todo, angustiar a pessoa: a moral, ao mesmo tempo é o conjunto de regras que determina como deve ser o comportamento dos indivíduos do grupo, é também a livre e consciente aceitação das normas, isso significa que o ato só é propriamente moral se passar pelo crivo da aceitação pessoal da norma. A exterioridade da moral contrapõe-se a necessidade da interioridade de adesão mais íntima”.
           
            Essa ambigüidade configura a imensa distância entre o público e o privado numa sociedade em que o indivíduo dotado de um histórico de uma subjetividade deve entregar-se a legalidade seja do estado ou da opinião pública, mas angustiado encontra-se em contradição, pois ao aderir moralmente a regras de conduta em prol de sua própria sobrevivência o poder do individuo de contestá-las lhe dá um poder maior que esse mesmo possa imaginar e os mecanismos sociais e individuais podem não concordar entre si. O arranhão da relação público, privado pode transpor a lei moral e as leis civis gerando desde uma corrupção estatal á própria corrupção do indivíduo muito natural em nossos dias, assim como a degeneração do sujeito enquanto detentor de uma subjetividade e sujeito de sua história. Ao agir moralmente estamos de fato assumindo uma posição em prol do bem comum ou em nome da moral estamos matando a perspectiva de um mundo melhor?
           
            “A moral, ao mesmo tempo é o conjunto de regras que determina como deve ser o comportamento dos indivíduos do grupo, é também a livre e consciente aceitação das normas, isso significa que o ato só é propriamente moral se passar pelo crivo da aceitação pessoal da norma. A exterioridade da moral contrapõe-se a necessidade da interioridade de adesão mais íntima”. Volto a questionar de forma veemente o sacrifício em prol da moral. Nessa perspectiva, implica em contrapor desejos e vontades, ainda que corretamente do ponto de vista moral. A relação público, privado, vontade e dever perante um compromisso assumido, não tem sido levado á sério no mundo contemporâneo de forma que a moral assume a ponta do iceberg no escuro do quarto ao lado o interesse privado sempre assume seu papel sombrio ou grita a liberdade em casas e internatos regados a violência, drogas e prostituição. Infelizmente.

By: Hugo Neto. Filósofo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fé, eleição e farra.



Fé, eleição e farra.




Ele passeava contente pela rua, tinha amigos, tinha agruras, tinha seus traços,
rosto de moço emancipado, bíblia debaixo do braço, acima de qualquer suspeita,seguia ...
Seu nome era Agosto, batizado pelo pai que agosto de Deus lhe era como sentença. Sua igreja... Pouco lhe importava, tinha um objetivo, nunca duvide de um homem de objetivos, era claro e sincero.
Um protestante á moda, iria candidatar á vereador, prefeito, e quem sabe um dia seria presidente da república. Sempre se gabava com os íntimos: com minha astúcia, popularidade e religião sou o homem perfeito.
O salvador da pátria.
Sua malandragem marota de quem tinha cinco filhos e não tinha como se sustentar. Talvez, não corria atrás. Mas no fundo, ás vezes, nem tão fundo assim dizia: ___ Trabalhar? Eu sei não, talvez eu venha á ser prefeito, tenho á igreja ao meu lado, á malandragem também, sou esperto sou simpático, falo bem.
___ Ora, seu Zé, político esperto joga dos dois lados. Dizia Agosto.
___ Cuidado homem, não brinque com Deus, ele é soberano.
___ Pois, homem, até o Pastor está de acordo comigo. Retrucou.
___ Hoje em dia, se agente não for esperto, não se ganha á vida. Ainda por cima, deixa um ateu ou, qualquer sem Deus, querendo meu lugar, fazendo discurso de Ateu, Deus está comigo, tenho certeza. ­ ___ E digo mais, tenho projeto, é coletivo , não é pessoal.


___ homem, homem, essa cidade é pequena, mas nem todo mundo é burro.
tome cuidado homem.
E assim foi, seu Zé , cansado de avisar o amigo.


NA IGREJA

__Irmãos, levanta o Pastor. __Todos sabem que nós, não nos metemos em política. __Esse meio podre, infame, não nos interessa. __ Porém peço a compreensão de todos vocês. __ E correto deixar o poder de nossa cidade, nas mãos dos mesmos que aí estão?
__E correto, corrermos riscos? __Inclusive, o risco, de ver fechada nossa igreja, devido um decreto qualquer. _ ouvindo tais palavras os fieis se contorciam, e, em meias palavras comuns á uma igreja, se ouvia certa hostilidade da boca de certos fieis: __vamos acabar com o mundo! . __eles não sabem do nosso poder, afinal nós temos Deus. __ Eles não, imundos! Vão queimar no inferno (...)
Agosto á convite do pastor, sobe ao púbico, e de lá, manda um recado: __ Amados irmãos, compartilho de vossa dor, lanço minha candidatura á prefeito dessa cidade, com o apoio de toda á igreja. __ Deus está conosco nessa empreitada e não com os infiéis que roubam dinheiro do povo.


ELEIÇÕES:

A tensão logo aflora. Agosto é todo um furor de tensão, urna á urna, os votos são apurados. O candidato oposto é um fiel também, mas para surpresa de todos, inclusive de Agosto é um fiel da igreja ao lado. Seu Zé. Católico. Reza todos os dias. Vai á igreja também. É muito querido tanto quanto Agosto.
Nas previas, na campanha, seu Zé apoiava Agosto. Entrou nas eleições com o propósito de ser o “laranja”, aquele que iria disputar para não ganhar, dando margem aos planos de Agosto e aos votos também.
Mas faltando poucos dias mudou de idéia. Tudo por conta de um figurão amigo do bispo que botou lenha no fogo, esse apoiava agosto e Zé, mas era o dono do instituto de pesquisa da região, como estava tudo muito empatado resolveu investir nos dois. Zé
Foi ferrenho, menos maroto, sem aquele ar de malandragem. Na verdade um ar caipira. Conquistou o eleitorado.
Bateu de frente com Agosto, ganhou, com pouco mais de 50 votos de frente.
A cidade foi uma festa só, ninguém parava. Zé era o novo prefeito.

ACERTO DE CONTAS
Agosto, numa súbita ira, foi Ter com Zé. __ seu crápula , não entendes o que quer dizer “laranja”.
__ entendo Agosto, mas ... – em tom debochado disse: o pessoal tinha medo do que poderia ser sua administração, ao fim, me procuraram, acabei aceitando.
__ Mesmo assim; você me traiu, merece á morte. E tudo de ruim é muito pouco pra você.
__ Somos cristãos, Agosto, calma! .
__ Cristão o raio que o parta, entrei nessa foi pra ganhar.
__ Então  lembra-se do que me disse, outro dia, Agosto? - lembra-se? - Então, não lembra! Disse-me: "Hoje em dia, se a gente não for esperto, não se ganha á vida.”
__ Se quiseres levar por esse caminho,camarada, fui eu o mais esperto. Nada pessoal.

Autor:
Hugo Neto

quarta-feira, 14 de julho de 2010

ÉTICA KANTIANA.

Kant tornou-se célebre por haver constituído um sistema epistemológico e um ético. Ele estabeleceu que toda e qualquer filosofia, para ter êxito, deve buscar necessariamente a resposta para 4 perguntas fundamentais. Estas são as seguintes: 1) O que posso saber? (que se dirige ao conhecimento) 2) O que posso fazer? (que diz respeito à moral) 3) O que posso esperar? (que refere-se ao finalismo das coisas e infere a possibilidade da religião) 4) O que é o homem? (que abarca as anteriores, por ser a mais importante de todas as questões). Para cada uma destas perguntas, Kant escreveu uma obra como resposta argumentada a estas perguntas. Desse modo temos que a Crítica da Razão Pura foi escrita para responder a pergunta 1. A Crítica da Razão Prática se volta para a pergunta 2 e a Crítica da Faculdade Julgar analisa a pergunta 3. A pergunta 4 foi desenvolvida no livro Antropologia a partir de um ponto de vista pragmático. Em função do tema deste trabalho, a pergunta que nos interessa, nesta perspectiva, é a de número 2. A caracterização sobre o modo correto para uma ação se configura como um desafio, pois, toda ação é sempre acompanhada da liberdade que a condiciona. A preferência pelo termo ‘liberdade’ e não ‘livre-arbítrio’ tem a ver com a tematização filosófica puramente imanente das ações livres, e não com questões teológicas que associam o fazer humano à ideia do destino. O sentido de toda ação livre é individual, embora se cada pessoa fizer apenas o que lhe interessa e atropelar o direito alheio, logo, a convivência ficará insuportável e insustentável. Kant introduz a idéia de uma perspectiva crítica porque queria saber quais argumentos poderiam ser validados naquele ‘novo’ momento histórico da modernidade (ou seja, na época da razão iluminista – séc. XVII e XVIII – onde se acreditava no poder da razão como guia para solução dos problemas humanos). O problema da filosofia crítica de Kant se constitui de vários problemas articulados, embora comporte uma unidade interna consistente. A filosofia de Kant possui uma dimensão teórica e uma prática, ou seja, uma dimensão epistemológica (indagação sobre os limites do saber humano) e uma ética (uma teoria para a ação humana). Ao analisarmos a ética de Kant, constatamos que trata-se de uma teoria sobre a ação humana que pretende estabelecer o que é certo de modo universal e a priori. Chamamos a teoria da ação de Kant de metaética, pois, se a ética, tradicionalmente, já possui um sentido mais teórico do que prático, a metaética kantiana busca fundamentar as razões éticas em um sentido apriorista. Nesta linha de abordagem, a ideia da metaética não trata ‘do que é’ e ‘do por que é’, mas sobretudo se refere ao que Deve Ser. Portanto, esta metaética aprofunda mais ainda a noção de ética. A ideia da ética se caracteriza como instância teórica que estabelece uma legislação para a conduta humana. No entanto, isto não é o bastante para Kant, pois, além de reconhecer a existência da regra universal e a priori, para ser ético o indivíduo deve querer, por vontade própria, agir em conformidade com este universal ético. Kant chama esta atitude do sujeito ético de ação autônoma, pois, ainda que seja uma ação determinada por uma regra, trata-se, na verdade, do exercício de liberdade autônoma (escolha racional e consciente). A autonomia trata de uma escolha do sujeito em reconhecer a razão que sustenta o ato correto. Ao contrário dos medievais, em relação ao campo da filosofia prática, Kant fez com que a ideia do Dever não fosse fundada em Deus, mas na própria Razão. Desse modo, ele estabeleceu a possibilidade do conhecimento a priori teórico no sujeito da ação. Kant enunciou uma máxima que expressa o sentido de sua filosofia: “Duas coisas me deixam maravilhado”, confessou Kant certa vez: “o céu estrelado acima de mim e a lei moral dentro de mim”. Tanto o céu estrelado quanto a lei moral são regidos por princípios a priori. “O céu estrelado” é o universo físico cuja ordenação é definida por leis a priori, tal como a ciência moderna o entende; ‘a lei moral dentro de mim’, significa que a regra universal sobre o que é certo é também a priori em relação às situações particulares da vida individual. Assim, a lei para a moral não estaria “fora”, mas “dentro de mim”, pois, não é externa ou imposta pelas convenções sociais, mas é uma noção que pode ser entendida como reconhecimento racional do que é certo; Esta lei moral, base da ética kantiana, é o fundamento do caráter. A lei moral não é uma Lei Natural com certos e errados objetivos, mas uma lei em função da humanidade à qual escolhemos vincular-nos. (Mas será que estamos realmente vinculados quando só nos vinculamos ou nos comprometemos apenas conosco?). A Moral seria, portanto, apenas uma questão de intenção subjetiva, não teria qualquer conteúdo com exceção da Regra de Ouro à qual deve estar submetida (o chamado “imperativo categórico” de Kant). A Regra de Ouro da ética pode ser formulada do seguinte modo: “Não faças aos outros o que não quiseres que aconteça a ti”. Ao propor um modelo ético, Kant pretendeu submeter a vontade humana à regra de conduta universal. Mas isto não significa que esta submissão da vontade é imposta de modo arbitrário. O próprio sujeito que age corretamente, segundo Kant, identifica a necessidade de agir conforme as regras como modo de orientação. A pergunta ‘o que (e por que) devo fazer?’ assume, na perspectiva kantiana, um modo espontâneo de respeito às regras. As regras delimitam o campo da ação. A ideia da regra ética é garantir o respeito como característica fundamental para as relações humanas. Assim sendo, ao sentir-se propenso a um tipo de ação, o indivíduo deve escolher de acordo com um autêntico reconhecimento da razão certa em relação a uma situação e qual o comportamento adequado para sua própria conduta. O indivíduo não deve agir por medo de se prejudicar ou por querer levar vantagem sobre o próximo. Kant consideraria como alguém imoral quem age em função dos próprios fins, pois, trata-se de um modo de agressão contra o semelhante, e que só serviria para despertar o que há de pior nas relações humanas, que é exatamente a tendência para auto-destruição, combinada à ideia cética de descrença no próximo. A ideia é que não é possível haver desenvolvimento de nenhum aspecto positivo no gênero humano, quando as relações sociais estão contaminadas pela falta de crença no semelhante. Para sermos éticos, portanto, devemos ser, antes de tudo, racionais, pois, o que tem a ver com a ética se relaciona com o entendimento do sentido de uma regra universal como a Regra de Ouro. Não apenas o entendimento teórico, mas a prática desta conduta enunciada na Regra de Ouro. Segundo Kant, para ser ético torna-se imprescindível ser racional em conformidade com uma escolha racional, e ação racional. Isto significa que ser ético envolve ter de assumir conseqüências de um ato. A falta de ética seria usar o fingimento como estratégia para não se comprometer com as conseqüências daquilo que se faz. Isto é totalmente errado e inaceitável na ética kantiana. O motivo principal para o argumento em prol do Dever é a ação responsável (aquela que se compromete com as conseqüências) não apenas em relação a si mesmo, mas sobretudo, a que se responsabiliza com os outros. Lei fundamental da razão pura prática I Age de tal modo que a máxima da tua vontade possa valer sempre ao mesmo tempo como princípio de uma legislação universal. II A autonomia da vontade é o único princípio de todas as leis morais e dos deveres a elas conformes; pelo contrário toda heteronomia do livre arbítrio não só não funda nenhuma obrigação, mas opõe ao princípio da mesma e à moralidade da vontade. Com efeito na independência a respeito de toda a matéria de lei (…) e, ao mesmo tempo, na determinação do livre arbítrio pela simples forma legisladora universal, de que uma máxima deve ser capaz, é que consiste o princípio único da moralidade. Mas essa independência é a liberdade em sentido negativo, e esta legislação própria da razão pura e, como tal, prática é a liberdade em sentido positivo. Por conseguinte, a lei nada mais exprime do que a autonomia da razão pura prática, isto é da liberdade e esta é mesmo a condição formal de todas as máximas, sob a qual unicamente ainda podem harmonizar-se com a lei prática suprema. Bibliografia KANT, Immanuel. Crítica da Razão Prática, 1994 (págs. 42). *André Vinícius Dias Senra é professor de Filosofia da rede estadual de ensino, da The British School – RJ, e da Pós-Graduação em Filosofia Medieval da Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro e doutorando em Epistemologia pela UFRJ.

KANT E SEU CRIADO.

Certo dia me perguntaram sobre ética, na verdade sobre o que pensava sobre o assunto, como não sei muito e nem tenho muito a dizer, preferi outorgar autoridade de minha fala ao criado de Kant, em termos modernos um secretário, inculto para compreender seu patrão, mas safo o bastante pra aprender com ele. Certo dia almoçando com Kant travaram uma conversa, Kant lhe dizia – Parto do princípio de que todo homem é racionalmente capaz de fazer o bem, dotado de uma boa vontade, contudo as decisões humanas são sempre desiguais por erros. O criado percebeu a oportunidade, como só ele - se me permite Doutor seu ávido interesse por filosofia deixou-me interessado e me lembrei de Descartes logo no início de seu Discurso sobre o método,quando este observava que os homens embora iguais por bom senso sempre se desentendessem. Há alguma razão nisso, ou estou errado Doutor? Certa razão diria, contudo, me interessou muito a leitura de Rousseau; dediquei grande parte de minha vida lendo esse grande pensador, os homens são bons, as opiniões contrárias geram ações contrárias á condição humana, esse é o problema filosófico. Todavia quero que você fale por hoje, preciso pensar, diga o que acha de tudo isso? -Como sou ignorante Doutor, posso lhe dizer que divergências de pensamentos geram ações contrárias e ações contrárias só podem ser fruto de uma má compreensão do homem dotado de razão e boa vontade, ou uma transgressão á solidez da razão. – Então estás dizendo que há uma legislação universal segundo a qual todo ser humano dotado de razão deve seguir? pois a razão humana é a própria legislação e o dever concomitante com essa razão é a liberdade. – Doutor como seu humilde criado não entendendo. – Não é de meu temperamento explicar as coisas assim, mas vou tentar ser claro: Em minhas leituras e estudos matinais estava pensando numa espécie de razão que fosse prática, ou seja, uma razão do viver, da ação humana e cheguei a conclusão que existe apenas um tipo de liberdade ou autonomia, o dever, calcado na seguinte premissa: “Não faças aos outros o que não quiseres que aconteça a ti”. A grosso modo, seria isso, mas reservo a meus modos uma bela frase de um dia inspirado, deixe-me repeti-la “Duas coisas me deixam maravilhado, confesso, o céu estrelado acima de mim e a lei moral dentro de mim”. Todo homem tem uma lei moral dentro de si, a razão e a plena liberdade humana funcionam em prol dessa máxima, tal máxima expressa o ato de liberdade. – O Criado muito curioso, chega à conclusão que não poderia debater com um gênio embora aprendesse muito, compreendendo assim, arriscou um palpite – podemos dizer alhures - (“Age unicamente de acordo com a máxima que te permita querer a sua transformação em lei universal") é realmente um princípio ético fundamental e universal. Kant extremamente sério levantou-se educadamente com sua bengala e costumeiramente sem sorrir pensou – meu criado andou lendo minhas obras, embora seja muito pouco para tirar conclusões tão sérias e um tanto precipitadas. By: Hugo Neto Silva. Filósofo.

terça-feira, 29 de junho de 2010

A queda das máscaras sociais.

Imagine um baile de máscaras, alta sociedade da cidade se mistura á agitação de vinhos e guloseimas, danças folclóricas e muita sofisticação. Todos estão muito bem aparentemente se divertem com muita alegria. Agora imagine nossa sociedade aparentemente elegante com discursos e métodos os mesmos de hoje em dia, imagine... Imagine. Poderíamos enxergar tristeza, solidão, vazio e dor? Tantas pessoas, afinal. Há possibilidade de haver falsidade? tudo é tão cortez. Tudo é tão correto, circunspeto, certinho, existe hora pra tudo, todos falam, muitos ouvem outros governam uns são governados, não é estranho? É tudo tão apropriado. Imaginemos agora essas pessoas individualmente em seus lares, quem são essas pessoas que vestem uma máscara para ir ao baile da vida? O bom moço, o pai de família, a dona de casa, o empresário bem-sucedido. Quem são esses atores sociais que vestem uma máscara á noite e outra no setor de trabalho, veste a máscara do bom homem, pai de família, da mulher bem sucedida e até mesmo do professor, do profissional liberal, intelectual, quem somos nós além das máscaras; ou melhor, quem somos nós afinal de contas? Quando a máscara cai não há mais rosto, há sempre outra máscara, perdemos a identidade, não que ter identidade seja algo em demasia vantajoso,não! não verso sobre essa questão. A aporia é justamente não saber quem realmente somos, qual personagem encenamos sob qual crivo ou doença comportamental a civilização perpassa. O homem contemporâneo é um homem mascarado,doente, medíocre. Interpretamos a vida como atores coadjuvantes de nossa própria comédia, uma comédia trágica por sinal, a grande tragédia de não saber quem realmente somos. Criamos a doença e seu antídoto. Usar uma vestimenta diferente a cada dia, ir ao shopping center e comprar até saciar nosso labor violento e sede de sangue, ir a caça nas chamadas noites badaladas em troca de sexo, dinheiro poder e violência, vestimos a mascára do primata selvagem e do bom filho, moralista por vezes, será que somos realmente doentes ou dementes? O que será que realmente somos? By: Hugo Neto. Filósofo.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Conhecimento. Aula sobre conhecimento.

Conhecimento. Aula sobre conhecimento.

Relação (sujeito) – (objeto)

A Partir do século XV a concepção de mundo e de homem muda radicalmente não apenas no campo social, mas também no âmbito da ciência e do conhecimento uma matéria em que os filósofos chamam especificamente de (gnosiologia) – ou estudo do conhecimento.

A partir dessa assertiva podemos concluir que o grande questionamento que da modernidade em termos filosóficos seria: O que podemos conhecer?Esse questionamento gera um ceticismo em torno da tradição que ensinara o homem a pensar sobre determinados termos, a idade média ensinara o homem uma concepção de mundo que já não teria valor diante da descoberta dos astros e em suma o fato de que a terra gira em torno do sol e não ao contrário como pensava os medievais.

Diante disso há uma crise em termos de filosofia e conhecimento é preciso erigir uma reforma do pensamento universal que se encontra no sujeito e reformular o mundo e as leis que regem este mundo.

Relação sujeito e objeto: O objeto em que referimos em termos didáticos é a possível observação do sujeito sobre a matéria: ex: Astros (no caso da astronomia) – bactérias e fungos (no caso da química e biologia) - Sociedade- (no caso da sociologia)

O sujeito apreende o objeto através de um sentido interno que lhe possibilita essa relação, esse sentido interno pode ser chamado em termos didáticos de razão.

O papel da filosofia é investigar a razão e suas possibilidades de conhecimento.

Por isso, filosofia não é ciência, mas sim, a possibilidade e o muro de arrimo de toda em qualquer ciência.

Nessa perspectiva o conhecimento transcende a ciência é o ponto de partida para toda e qualquer ciência. É preciso conhecer os limites do conhecimento para se fazer ciência.

EX: o motorista ao balizar seu carro utiliza a coordenação motora e a noção de tempo e espaço comum em todo ser humano. (A universalidade da razão nos permite compreender o problema do conhecimento).

sábado, 29 de maio de 2010

Deleuze e o conceito

















Em seu livro “O que é a filosofia”, Deleuze deixa claro a importância do conceito, pois “o filósofo é o amigo do conceito, ele é conceito em potência”. Não que a filosofia seja uma fábrica de conceitos, mais que isso, o conceito é um ato de criação, e cada um assina “embaixo”, deixa registrado sua marca, através dos conceitos que cria.
Contemporaneamente a filosofia ganhou diversos rivais, pois outros se deram o direito de criar, inventar conceitos. Primeiro foi a sociologia, depois a indústria da propaganda, do design...
Mas... afinal, o que é um conceito?
Primeiro é preciso entender que um conceito jamais pode ser simples. Não existem conceitos simples, todos são compostos por multiplicidades. Não há tirania no reino do conceito! O um não exclui o outro, ao contrário, é preciso que haja o outro, essa multiplicidade à qual o conceito possa ser remetido, pois é apenas a multiplicidade que dá sentido à sua existência: “mesmo na filosofia, não se cria conceitos, a não ser em função dos problemas que se consideram mal vistos ou mal colocados”.
O problema do conceito para Deleuze atinge instâncias mais profundas, pois vai diretamente ao âmago da questão ontológica do “eu/outrem”, da “unidade/multiplicidade”, o que se percebe é que o “outrem” é toda a possibilidade, todo mundo possível, que se exprime e se efetua numa linguagem, “nesse sentido é um conceito com três componentes inseparáveis: mundo possível, rosto existente, linguagem real ou fala”.
Uma outra característica importante do conceito é que ele tem uma história, no entanto ele é sempre singular, um conceito jamais é o mesmo, ele é sempre um emaranhado que por vezes conserva “pedaços ou componentes vindos de outros conceitos”. O que se faz é recortar, delimitar um novo problema, de tal modo que o conceito assume cores e sons diferentes, novos contornos...
Não importa! Um conceito é sempre uma multiplicidade, não há conceito que não remeta a um outro e assim infinitamente, pois o conceito também tem um devir além de ter vindo de algum outro conceito que veio de outro e assim por diante: uma multiplicidade! Conceitos são vizinhos que não delimitaram muito bem seus terrenos, não se pode saber exatamente a linha demarcatória entre o começo de um e o término de outro, eles se mesclam: conceitos não são nazistas!
Há por certo A e B no entanto, haverá sempre um domínio AB onde A e B serão indiscerníveis, pois este pertencerá tanto a um quanto ao outro: “um conceito é uma heterogênese, isto é, uma ordenação de seus componentes por zonas de vizinhança”.
O conceito não pode ser medido, é um engodo acreditar que ele seja mensurável ou restrito às gramáticas filosóficas ou lógicas: conceitos são “pontes moventes”! Há cruzamentos e labirintos por onde ele caminha, às vezes se perde, mas nunca se isola, nunca se purifica de todo, é sempre aquele que carrega a bandeira da multiplicidade!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

AULA ( APOSTILA DE SOCIOLOGIA) - EJA- Raulino Cotta Pacheco.

Papéis sociais e Identidade. (Apostila de sociologia) –EJA- Raulino Cotta Pacheco. A socialização é o processo através do qual as pessoas aprendem a sua cultura. Elas o fazem (1) adotando e abandonando uma série de papéis e (2) tornando-se conscientes de si próprias enquanto interagem com os outros. “Através do processo de socialização, os indivíduos aprendem sobre os papéis sociais – expectativas socialmente definidas que uma pessoa segue numa dada posição social.” Entretanto, não se deve supor “que os indivíduos simplesmente assumem papéis, mais do que os criam ou negociam. (...) eles não são simplesmente sujeitos passivos esperando para serem instruídos ou programados. Os indivíduos passam a entender e a assumir papéis sociais por meio de um processo progressivo de interação social.” “O fato de que, do nascimento até a morte, estejamos em interação com outros certamente condiciona nossas personalidades, os valores que sustentamos e o comportamento em que nos engajamos. Além disso, a socialização está também na origem de nossa própria individualidade e liberdade. No decorrer da socialização, cada um de nós desenvolve um sentido de identidade e a capacidade para o pensamento e a ação independentes. (...) De um modo geral, a identidade se relaciona ao conjunto de compreensões que as pessoas mantêm sobre quem elas são e sobre o que é significativo para elas. (...) Algumas das principais fontes de identidade incluem gênero, orientação sexual, nacionalidade ou etnicidade e classe social. (...) Dois tipos de identidade são em geral mencionados pelos sociólogos: a identidade social e a auto-identidade (ou identidade pessoal). Essas formas de identidade (...) são intimamente relacionadas entre si. A identidade social refere-se às características que são atribuídas a um indivíduo pelos outros. (o católico, o sem-teto, a mãe, o asiático, o casado...). Muitos indivíduos têm identidades sociais que compreendem mais do que um atributo.” (por exemplo, uma mãe, engenheira, muçulmana e vereadora) “Se as identidades sociais marcam as formas pelas quais os indivíduos são “o mesmo” que os outros, a auto-identidade (ou identidade pessoal) nos separa como indivíduos distintos. A auto-identidade se refere ao processo de autodesenvolvimento através do qual formulamos um sentido único de nós mesmos e de nossa relação com o mundo à nossa volta. (...) É a negociação constante do indivíduo com o mundo exterior que ajuda a criar e a moldar seu sentido de si mesmo.”. “ Os processos de crescimento urbano, de industrialização e o colapso de formações sociais antigas enfraqueceram o impacto de regras e de convenções herdadas. Os indivíduos se tornaram social e geograficamente móveis. Isso libertou as pessoas das comunidades relativamente homogêneas e estreitamente interligadas do passado, nas quais os padrões eram transmitidos de um modo fixo de geração a geração.” “No mundo atual, temos oportunidades sem precedentes de moldar a nós mesmos e de criar nossas próprias identidades. (...) Por meio de nossa capacidade como seres humanos autoconscientes, constantemente criamos e recriamos nossas identidades.” 1- Diretamente ou indiretamente estamos ligados aos meios de comunicação, internet, telejornais revistas impressas, nessa perspectiva podemos dizer-nos imparciais e absolutamente desvinculados desses meios de operação em massa. 2- Com relação à identidade estamos diante de uma era de reality show, como por exemplo: Big Brother entre outros, são identidades diferentes escolhidas a dedo para um teste de paciência e convivência 24hs ao vivo, nessa perspectiva reflita sobre isso e se posicione. 3- Como lidar com as exigências do mercado globalizado diante das múltiplas identidades sociais? (pense nisso, provavelmente as duas primeiras respostas já responderam essa).

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Educação não é mercadoria?

Educação não é mercadoria? Para valer-me do atual contexto faço uma interrogação ao invés de uma afirmação, diante da morte das ideologias de o niilismo acadêmico na atualidade, podemos levantar a hipótese de que a educação vista como um sistema ou um conglomerado institucional vive um período nevrálgico, não por si mesma, mas pelo próprio contexto sócio-cultural embora esse não seja determinante, já é consenso entre especialistas que numa sociedade que prioriza debater e agir pela educação tem mais chances de tornar-se melhor. Quanto à “democratização” da educação e a problemática dos processos formativos, a questão a ser investigada é a qualidade. Nesse aspecto temos um dualismo na esfera público privado no que diz respeito à institucionalização educacional, e uma inversão do projeto público no ensino superior. Uma vez que a educação básica é freqüentada na esfera privada por uma demanda que ocupará as universidades públicas e a educação pública é freqüentada por parte da sociedade que não chega sequer ao ensino superior, sendo que com raras exceções àqueles que chegam fazem-no por via privada. Portanto voltamos à questão educação não é mercadoria? Até que ponto os interesses públicos e privados coadunam realmente para uma política educacional decente? Poderíamos evocar a LDB para questionar esses espectros de uma política educacional até então confusa: “O acesso ao ensino é um direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão ou grupo de cidadãos, associações comunitárias, organização sindical, entidade de classe e, ainda, o ministério público exigir para exigi-lo. (Artigo 5º - LDB. Lei de diretrizes e bases da educação).” Portanto concluímos com uma interrogação, pois no contexto atual, a necessidade de transformar o objeto em mercadoria pode cegar o objetivo principal da educação enquanto ação transformadora, principalmente em seu contexto abrangente, não entendemos aqui educação entre quatro paredes, mas um processo mais complexo, esse processo demanda uma reflexão maior, inoportuna nesse momento, mas é de interesse do acadêmico abranger tal assunto num projeto de pesquisa e poder debater com diversas fontes, pois, é muito complexo julgar a questão, a despeito de alguns movimentos sociais, sem uma prévia análise, por receio de cairmos no abismo ideológico tanto quanto no lobismo educacional, tão repugnante. REFEÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:DOS SANTOS, Clóvis Roberto,educação escolar brasileira:Guazzelli;ltda,1999.

Guilherme de Ockham. (1220-1394).


Guilherme de Ockham. (1220-1394). A)Análise dos conceitos de universal e nominalismo: Ockham ao primar pela experiência e reconhecer na experiência, o que tardiamente seria chamado de empirismo, um movimento crescente na Inglaterra, entre os séculos XVI; XVII e XVIII. Sabemos que o empirismo é herdeiro de Roger Bacon, um medieval (1214-1292) considerado o precursor de um novo método gnosiológico, o método empirista. Partindo desse ponto podemos observar parte do universo em que se encontra Guilherme de Ockham, considerado o último medieval assim como, talvez, o primeiro moderno, mas especulações a parte, a grande crítica de Ockham aos universais, famosos universais medievais, que descendiam da filosofia grega, do supra-sensível platônico ao motor primeiro aristotélico, Ockham mesmo afirma: “Os universais são simples formas verbais através da qual a mente humana estabelece uma série de relações de exclusiva dimensão lógica” REALE; ANTISERI. P.620. Portanto a realidade individual no campo de análise permite a Ockham discordar dos universais, por não levarem em conta o conhecimento incomplexo dos termos singulares, inexistentes numa realidade universal puramente lingüística, para o filósofo. B) Explicar a navalha de Ockham: “não se multiplicam entes se não for necessário”. A navalha de Ockham se tornou uma crítica a toda tradição metafísica anterior, trazendo conseqüências políticas inclusive. As voltas com seu método, cuja análise está no sujeito do conhecimento, ou seja, indivíduo, por sua concepção de fé ser totalmente oposta à razão, algo inovador em tempos de escolástica; a navalha de Ockham não vai poupar o tomismo, os universais, o ser analógico (do próprio tomas de Aquino), todas essas multiplicações de entes para Ockham não se referem a nada de novo, aliás, até mesmo a noção aristotélica de (Sinolo) – Matéria e forma, assim como a física Aristotélica, com suas causas, ato e potência, para o filósofo são questões ociosas. C) O que se entende por nova lógica em Ockham? Ockham embasado por sua navalha, crítica a lógica Aristotélica e toda a lógica medieval herdeira do silogismo puramente lingüístico e sem compromisso com a realidade; uma vez que o método implicado por Ockham prima pelo indivíduo, ou seja, pela experiência em detrimento dos universais multiplicáveis ao infinito. A respeito das proposições, primeiro: proposições mentais, segundo: a proposição se apresenta no termo oral, por fim o termo escrito, só a primeira é autêntica para Ockham.As outras duas são convencionais pois mudam de língua para língua.Ockam ainda se preocupa em determinar os termos de analise do silogismo, propondo os termos categorimáticos : termos de significado preciso,singularmente e universalmente, exemplo: Homem. E sincategorimáticos: em si mesmos não significam nada, mas somados a outros termos significam alguma coisa, exemplo: cada, nenhum, algum, tudo, exceto... categorias lingüísticas que delimitam ou somam a algum conceito. REALE; ANTISERI P.622. D) Quais os problemas da existência de Deus em Ockham? A grande problemática que perpassa novamente pela navalha ostentada pelo filósofo é a problemática entre fé e razão, ao contrário da escolástica, Ockham se afasta um pouco dos ditames da fé sobre a razão ou da fé que leva a razão, por motivos diversos, mas, sobretudo porque segundo o filósofo a verdade relevada é necessária e superior ao mundo e a multiplicidade de indivíduos, por Deus ter criado o mundo por pura liberdade, o mundo é contingente, e toda e qualquer tentativa eqüitativa entre razão e fé é uma tentativa, segundo o filósofo, de igualar o contingente ao necessário, o que seria uma falácia. “No contexto das exigências lógicas deve-se dizer que Ockham exclui toda intuição de Deus. Nada pode ser conhecido em si pela via natural se não for conhecido intuitivamente; mas Deus não pode ser conhecido intuitivamente por uma via puramente natural.” REALE; ANTISERI. P.625 E) Novo método científico: “Além da multiplicidade dos indivíduos, não é necessário admitir mais nada. Se isso é verdadeiro, o fundamento do conhecimento não pode ser outro senão experimental”. REALE; ANTISERI. P.628. Partindo da concepção de que a razão se encontra no nível de pesquisa e que a fé é revelada, e uma não tem expressão sobre a outra, Ockham deixa o caminho livre para empreender um novo método de pesquisa, que revisa toda a metafísica tradicional cuja “causa” o princípio (o motor primeiro) já não importa tanto; mas, sim, a análise empírica do objeto de estudo. A partir desse ponto de vista deixa-se de procurar pela substância primeira e seus efeitos, para compreender os fenomenos e suas funções.

STO. AGOSTINHO.


Conceitos/ Filosofia Cristã e síntese entre alguns conceitos da filosofia de STO. Agostinho.
Ao analisar os conceitos propostos, pretendemos elaborar uma interpretação que dê conta de inferir ao máximo a síntese e reinterpretarão do pensamento grego pelo pensamento cristão.
Alguns conceitos, assim como alguns pontos, mantidos e reorganizados, cujo pensador fundamental, autenticamente como filósofo e protagonista desta operação, temos, Santo Agostinho.
Conceito de monoteísmo.
O conceito de monoteísmo remonta o culto a um só Deus. Interessante é o fato de que os gregos concebiam o uno (ontologicamente o ser). Mas o pensamento Cristão irrompe um deslocamento na cosmovisão ocidental. O que para os gregos, o uno, consistia na substância, essência que contemplava o múltiplo em sua constituição. A partir da mensagem Bíblica desloca-se a concepção do bem como fundamento contemplativo do conhecimento, passa-se a atribuir todas as coisas, inclusive o conhecimento, a um Deus (único Deus). Em oposição ao politeísmo reinante na era pagã.
Criacionismo.
Tal conceito remonta a “origem”, no pensamento grego à busca pela origem primeiramente é atribuída ao cosmos. A partir de Parmênides, somos remetidos à busca por um ser primeiro, imutável, causa necessária de toda origem e existência. Antes da mensagem Bíblica, a origem pressupunha uma causa. Com o advento do Cristianismo, a origem se dá na criação a partir do nada. Deus cria o homem a sua imagem e semelhança do nada. “Com essa concepção de criação a partir do nada, era cortada pela base a maior parte das apórias que desde Parmênides, havia infligido à ontologia grega”.
Eros grego, amor (ágape) cristão.
O amor cristão emana de Deus, como dom gratuito e infinito. Enquanto o amor grego (Eros) – Flerta com o conhecimento, numa interpretação Socrático-platônica. “Mas Eros não é Deus, porque é desejo de perfeição, tensão mediadora que torna possível a elevação do sensível ao supra-sensível, força que tende a conquistar a dimensão do divino. Enquanto o amor grego é a conquista por um esforço de razão. O amor cristão é um dom gratuito. Há um deslocamento importantíssimo, ágape – dom gratuito, a descida do homem em busca do encontro com Deus, algo casual. Enquanto o Eros grego demanda um esforço do intelecto para chegar à contemplação. (O bem). A característica popular do amor cristão (ágape), pela sua gratuidade, exige consigo a graça e a caridade, gerando uma revolução de valores que prima pelo cuidado e o amor ao próximo.
Gnose
Entende-se por gnose, literalmente, conhecimento. Na concepção cristã, o conhecimento revelado diretamente por Deus. “A Gnose indica uma nova maneira de conhecer Deus, um conhecimento não mais fundado na razão, mas sim, uma espécie de iluminação direta. Apesar de ser vertente de outras doutrinas, a gnose tem por objetivo último, o conhecimento de Deus. Em seu cume, a gnose partia para um conhecimento refletido de Deus que resvala na condição humana. Justifica-se o fato de que algumas doutrinas heréticas foram matérias prima para elaboração da gnose no pensamento cristão, sobretudo a angústia, e o sofrimento, a falta, temas relevante a uma vida dedicada a busca do conhecimento de Deus e, também, do auto-conhecimento.
O Filosofar na fé. (Santo Agostinho).
Santo Agostinho assimila fé e razão como constituintes de um mesmo propósito, um propósito, aliás, que consiste a filosofia, embasar racionalmente a sustentação da autoridade divina (Deus). Nessa perspectiva é preciso mudar a forma de pensar para mudar a forma de viver. Por isso, para Agostinho, o ser humano precisa filosofar na fé. Fé e razão não se contradizem, mas são complementares.
Todos sabem que nos somos estimulados para o conhecimento pelo duplo peso da autoridade e da razão. Assim, eu considero como definitivamente certo de que não devo me afastar da autoridade de cristo, por que não encontro outra mais válida. De resto, no que se refere aquilo que se deve alcançar com o pensamento filosófico, tenho a confiança de encontrar nos platônicos temas que não repugnem a palavra sagrada. Desejo aprender sem demora as razões do verdadeiro, não só com a fé, mas também com a inteligência.
No texto acima, fica clara a importância da filosofia na compreensão e esclarecimento de Deus e da vida, em Santo Agostinho.
A descoberta da “pessoa”.
A metafísica da interioridade.
Santo Agostinho arrola a descoberta do Homem na relação interior com o sagrado, desde os gregos, principalmente Platão, a matéria é uma prisão. A diferença é que em Agostinho o homem se liberta da prisão pela interioridade na busca de uma relação direta com Deus, enquanto, para Platão, se chegava ao bem, ao supra-sensível através das idéias, através do fora, uma busca incorpórea. O conceito de alma lhe é caro, e o corpo como abrigo da alma tem um valor e é a partir dessa valorização do corpo como interioridade a ser buscada numa relação dialética na qual se dá à metafísica da interioridade.
Verdade e iluminação
Com relação à verdade e a iluminação é importante destacar os conceitos de interioridade e criacionismo, já destacados acima. Agostinho trabalha a questão do conhecimento através da interioridade e a capacidade de inferência produzida pelo intelecto. “Assim, o intelecto humano encontra a verdade como objeto superior a ele, com ela julga, mas por ela é julgado”.
Essa verdade que o intelecto alcança são as idéias. Nesse aspecto Agostinho se apropria do pensamento platônico, porém, vai utilizá-lo num nível hierárquico inferior. Agostinho não poderia afirmar que idéias imutáveis precedessem todo conhecimento, pois além de repetir Platão, negaria o Deus criador. “Sobre o primeiro ponto, devemos destacar que Agostinho transforma a doutrina da reminiscência na célebre doutrina da Iluminação. E essa transformação se impunha no contexto geral do criacionismo.” O intelecto alcança a verdade por ter acesso as idéias, que por sua vez são iluminadas pelo criador no processo de conhecimento cuja verdade é iluminada pela própria verdade (O criador).
Deus
No processo de interiorização, fixação do externo e conceituação pela interioridade do espírito, após a verdade do espírito, responsável pelo conhecimento verdadeiro, conhecimento de Deus. Por isso, e somente por isso, em Agostinho, a racionalidade ou filosofar na fé permite uma síntese entre fé e razão. Portanto Deus é criador. Razão e verdade, em Agostinho. (Trindade).
Trindade
Para Agostinho a unidade das três pessoas é perfeita: não se podem separar, nem uma se subordina à outra, mas a natureza divina seria anterior ao aparecimento das três pessoas; estas se apresentam como os três modos de se revelar o mistério de Deus. A alma, para santo Agostinho, se confunde com o pensamento, e sua expressão, sua manifestação é o conhecimento. Assim, o homem recompõe nele próprio o mistério da Trindade e se vê feito à imagem e semelhança de Deus: se ele ama e se conhece dessa maneira, ele conhece e ama a Deus.

 (P.379 (REALE Giovanni/ ANTISERI Dario). P.389 (REALE Giovanni/ ANTISERI Dario). P.406 (REALE Giovanni/ ANTISERI Dario).
 P.436 (REALE Giovanni/ ANTISERI Dario). P.442 (REALE Giovanni/ ANTISERI Dario). P.442 (REALE Giovanni/ ANTISERI Dario).

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Filosofia, Ciência e Senso-Comum.

Filosofia, Ciência e Senso-Comum. (Tópicos de Aula).

Filosofia da Ciência é o campo da pesquisa filosófica que estuda os fundamentos, pressupostos e implicações filosóficas da ciência, incluindo as ciências naturais como física e biologia, e as ciências sociais, como psicologia e economia. Neste sentido, a filosofia da ciência está intimamente relacionada à epistemologia e à ontologia. Busca explicar coisas como:

. A natureza das afirmações e conceitos científicos,

. A forma como são produzidos,

. Como a ciência explica, prediz e, através da tecnologia, domina a natureza,

. Os meios para determinar a validade da informação,

. A formulação e uso do método científico,

. Os tipos de argumentos usados para chegar a conclusões,

. As implicações dos métodos e modelos científicos para a sociedade e para as próprias ciências.

SENSO COMUM, CIÊNCIA E FILOSOFIA.

Quando falamos de senso comum, ciência e filosofia estão falando de vias de acesso para se conhecer o mundo e os seres que nele habitam.

O conhecimento é um caminho de busca

O primeiro tipo de conhecimento foi o mito. A ciência começou como filosofia.

SENSO COMUM ou CONHECIMENTO INGÊNUO.

O conhecimento ingênuo se caracteriza por ser espontâneo, vulgar, senso comum, bom senso, condensado muitas vezes nos ditos populares, nas crenças e crendices que povoam o imaginário do homem quotidiano. (sabedoria popular).

O bom senso ou senso comum é simplesmente o depósito intelectual resultante de experiências fecundas da espécie, do grupo social e do indivíduo.

O senso comum é um saber não-sistematizado, sem planejamento rigoroso, mas com a finalidade indispensável para sua sobrevivência.

O conhecimento ingênuo é ditado pelas circunstâncias, opiniões, emoções e valores de quem produzem.

O bom senso é o ponto de partida para o conhecimento científico.

O senso comum consiste em uma série de crenças tidas por um determinado grupo social, cujos membros acreditam serem compartilhadas por todos os homens.

O que caracteriza basicamente as noções pertencentes ao senso comum não é a sua verdade ou falsidade. É a falsidade de fundamentação sistemática. Isto é, as pessoas não sabem o porquê dessas noções. Trata-se, portanto, de um conhecimento adquirido sem uma base crítica, precisa, coerente e sistemática.

No senso comum, ou seja, no entendimento médio, comum, próprio à maioria das pessoas, os modos de consciência se encontram geralmente emaranhados de tal forma que suas noções se caracterizam por uma aglutinação a - crítica. (Sem crítica).

A - crítica quer dizer que falta o reconhecimento exato da origem dos elementos que compõem essas noções ou conhecimentos.

Em virtude da ausência da razão crítica, o senso comum se torna terreno favorável ao desenvolvimento do fenômeno da ideologia.

Podemos dizer que ideologia não seria apenas um conjunto de idéias que elaboram uma compreensão da realidade, mas um conjunto de idéias que dissimulam essa realidade, porque mostram as coisas de forma apenas parcial ou distorcida em relação ao que realmente são.

FILOSOFIA ou CONHECIMENTO FILOSÓFICO

A filosofia exige rigor de pensamento. A filosofia foi a primeira ciência a existir.

A filosofia não busca soluções nem tem finalidade à apresentação de respostas.

A filosofia se caracteriza por um constante indagar questionar, perguntar, cujas respostas se tornam objeto de novas indagações e questionamentos.

A filosofia é uma busca incessante do sentido último das coisas, um saber universal acerca de questões fundamentais. Têm como finalidade compreender o significado da existência humana em seus diferentes aspectos, bem como as relações entre o homem, Deus e o mundo.

A filosofia é uma postura de indagação e reflexão, para descobrir e compreender a natureza das coisas, a natureza divina e a natureza humana.

O conhecimento filosófico tem como característica ver a totalidade do conhecimento racional desenvolvido pelo homem. Abrangia, portanto, os mais diversos tipos de conhecimento, que hoje entendemos como pertencentes à matemática, astronomia, física, biologia, lógica, ética e etc.

A CIÊNCIA e o CONHECIMENTO CIENTÍFICO

A ciência surgiu com a intenção de entender e explicar racional e objetivamente o mundo para nele intervir.

A ciência moderna surgiu com Galileu e Descartes no século XVII.

A ciência visa o controle prático da natureza. É um conhecimento sistemático e seguro de um conjunto de fenômenos que ocorrem de maneira regular e uniforme.

O cientista constrói leis e teorias gerais.

O cientista levanta um problema, segue algumas hipóteses. Observa fenômenos semelhantes, classifica-os segundo suas características comuns. Procura verificar a ocorrência de regularidades entre eles. As regularidades, constatadas, são generalizadas e aplicadas a fenômenos semelhantes.

As hipóteses confirmadas transformam-se em leis que depois se tornam teorias científicas.

As teorias científicas são leis agrupadas em sistemas explicativos.

O conhecimento científico se utiliza do método científico. Utiliza-se de procedimentos e meios para obter um fim determinado.

O método científico é um conjunto de normas-padrão que pautam uma pesquisa para que ela seja bem sucedida e seus resultados obtenham a adesão racional da comunidade científica.

Método Científico

1º - Levanta-se o Problema;

2º - Formulam-se Hipóteses, na busca das causalidades do problema. Procura-se a solução do problema, tentado entender a causa, o porquê de um determinado fenômeno.

3º - Verificam-se as Hipóteses, buscando regularidades e confirmações, conforme a teoria levantada;

4º - A partir do que foram constatadas, as hipóteses transformam-se em Evidências. Em seguida as evidências se tornam leis.

A ciência trabalha com o princípio da causalidade. Sempre está em busca das causas e os efeitos produzidos por estas.

Caminhos da Ciência

A origem do saber científico se confunde com as origens da própria filosofia. No entanto, a ciência contemporânea mudou intensamente.

A partir de Galileu, a ciência passou a se guiar por um procedimento mais específico e experimental e, sobretudo, quantitativo. A pergunta pelo Ser, que era presente na filosofia antiga é substituída por uma “matematização” da realidade que vê todas as coisas a partir de equações, teoremas e fórmulas.

A ciência moderna fez uma ruptura com o aspecto contemplativo que predominava na ciência antiga. A ciência moderna é fundamentalmente operativa, isto é, tem interesse no conhecimento para poder operar, intervir na natureza e dominá-la.