quinta-feira, 20 de maio de 2010

Guilherme de Ockham. (1220-1394).


Guilherme de Ockham. (1220-1394). A)Análise dos conceitos de universal e nominalismo: Ockham ao primar pela experiência e reconhecer na experiência, o que tardiamente seria chamado de empirismo, um movimento crescente na Inglaterra, entre os séculos XVI; XVII e XVIII. Sabemos que o empirismo é herdeiro de Roger Bacon, um medieval (1214-1292) considerado o precursor de um novo método gnosiológico, o método empirista. Partindo desse ponto podemos observar parte do universo em que se encontra Guilherme de Ockham, considerado o último medieval assim como, talvez, o primeiro moderno, mas especulações a parte, a grande crítica de Ockham aos universais, famosos universais medievais, que descendiam da filosofia grega, do supra-sensível platônico ao motor primeiro aristotélico, Ockham mesmo afirma: “Os universais são simples formas verbais através da qual a mente humana estabelece uma série de relações de exclusiva dimensão lógica” REALE; ANTISERI. P.620. Portanto a realidade individual no campo de análise permite a Ockham discordar dos universais, por não levarem em conta o conhecimento incomplexo dos termos singulares, inexistentes numa realidade universal puramente lingüística, para o filósofo. B) Explicar a navalha de Ockham: “não se multiplicam entes se não for necessário”. A navalha de Ockham se tornou uma crítica a toda tradição metafísica anterior, trazendo conseqüências políticas inclusive. As voltas com seu método, cuja análise está no sujeito do conhecimento, ou seja, indivíduo, por sua concepção de fé ser totalmente oposta à razão, algo inovador em tempos de escolástica; a navalha de Ockham não vai poupar o tomismo, os universais, o ser analógico (do próprio tomas de Aquino), todas essas multiplicações de entes para Ockham não se referem a nada de novo, aliás, até mesmo a noção aristotélica de (Sinolo) – Matéria e forma, assim como a física Aristotélica, com suas causas, ato e potência, para o filósofo são questões ociosas. C) O que se entende por nova lógica em Ockham? Ockham embasado por sua navalha, crítica a lógica Aristotélica e toda a lógica medieval herdeira do silogismo puramente lingüístico e sem compromisso com a realidade; uma vez que o método implicado por Ockham prima pelo indivíduo, ou seja, pela experiência em detrimento dos universais multiplicáveis ao infinito. A respeito das proposições, primeiro: proposições mentais, segundo: a proposição se apresenta no termo oral, por fim o termo escrito, só a primeira é autêntica para Ockham.As outras duas são convencionais pois mudam de língua para língua.Ockam ainda se preocupa em determinar os termos de analise do silogismo, propondo os termos categorimáticos : termos de significado preciso,singularmente e universalmente, exemplo: Homem. E sincategorimáticos: em si mesmos não significam nada, mas somados a outros termos significam alguma coisa, exemplo: cada, nenhum, algum, tudo, exceto... categorias lingüísticas que delimitam ou somam a algum conceito. REALE; ANTISERI P.622. D) Quais os problemas da existência de Deus em Ockham? A grande problemática que perpassa novamente pela navalha ostentada pelo filósofo é a problemática entre fé e razão, ao contrário da escolástica, Ockham se afasta um pouco dos ditames da fé sobre a razão ou da fé que leva a razão, por motivos diversos, mas, sobretudo porque segundo o filósofo a verdade relevada é necessária e superior ao mundo e a multiplicidade de indivíduos, por Deus ter criado o mundo por pura liberdade, o mundo é contingente, e toda e qualquer tentativa eqüitativa entre razão e fé é uma tentativa, segundo o filósofo, de igualar o contingente ao necessário, o que seria uma falácia. “No contexto das exigências lógicas deve-se dizer que Ockham exclui toda intuição de Deus. Nada pode ser conhecido em si pela via natural se não for conhecido intuitivamente; mas Deus não pode ser conhecido intuitivamente por uma via puramente natural.” REALE; ANTISERI. P.625 E) Novo método científico: “Além da multiplicidade dos indivíduos, não é necessário admitir mais nada. Se isso é verdadeiro, o fundamento do conhecimento não pode ser outro senão experimental”. REALE; ANTISERI. P.628. Partindo da concepção de que a razão se encontra no nível de pesquisa e que a fé é revelada, e uma não tem expressão sobre a outra, Ockham deixa o caminho livre para empreender um novo método de pesquisa, que revisa toda a metafísica tradicional cuja “causa” o princípio (o motor primeiro) já não importa tanto; mas, sim, a análise empírica do objeto de estudo. A partir desse ponto de vista deixa-se de procurar pela substância primeira e seus efeitos, para compreender os fenomenos e suas funções.

Nenhum comentário:

Postar um comentário