segunda-feira, 15 de março de 2010

Iniciaçao filosófica.

Diferente para cada um de nós? Trata-se de uma teoria do conhecimento, ou seja, pensar o conhecimento, o que leva ao ato de conhecer e a validade de tal conhecimento. Poderíamos indagar, prefiro a prática. Mas sabemos que toda prática sem teoria é uma prática cega. O conhecimento humano pode ser medido? Até que ponto pode-se investigar sobre o conhecimento humano em sua totalidade. O Texto trás uma reflexão de como olhamos o mundo como nossos amigos gregos, inventores da filosofia; por conseguinte como podemos ou não nos enganar. Trazendo para o contexto dos dias atuais podemos ver as coisas sob diversos pontos de vista. Para Platão a realidade se encontrava nas idéias instancia superior a realidade corpórea, idéia para Platão era a essência do real (totalidade do real) – causa de todos os fenômenos. Isso não significa que nos anos 2000 possamos pensar de forma diferente, até porque a civilização evolui em termos de cultura e saber. Todavia lembremos que Platão foi um dos percussores da ciência e da filosofia, seu pensamento foi e é muito importante, ainda atual, uma vez que, muitas questões propostas pelo próprio Platão ainda são objetos de estudo da filosofia e da ciência. Mas num contexto atual podemos dizer que a realidade é diferente para cada um de nós, cada qual pode enxergar como bem interpretar a realidade. Não sejamos tão rígidos quanto á isso, mas com certeza Platão foi o primeiro pensador a lançar uma reflexão profunda sobre aparência e realidade, opinião e ciência. 1- Para Platão como vimos o conhecimento humano deriva de um mundo ou uma realidade verdadeira chamada por ele de “bem” ou “belo” algo sublime. Enquanto o mundo das aparências: cheiro, cor, sabor, odor, etc. Não passa de ilusão, ou mera aparência. 2- Dica de filme (filmografia) ver Matrix I – com o foco na concepção de dois mundos o mundo real e o mundo das aparências. Para que serve filosofia? Perguntar sobre a utilidade das coisas é uma mania de nossa cultura. Na intenção de responder honestamente esta pergunta é preciso de paciência. É que. Que pra dizer pra que serve filosofia precisamos recorrer a filosofia e sem tal tranqüilidade isso dificilmente ocorre. O que é uma coisa quando ela serve para algo? Um martelo é um instrumento usado na fixação de pregos. Quando, portanto perguntamos para que serve a filosofia, temos uma série de noções guardadas em silêncio a respeito dela e do mundo. Muitas das vezes por preconceitos somos levados a pensar que filosofia é um estilo de vida, de trabalho, ou algo quimérico (irrisório) – cometido por loucos, não necessário,por vezes até temida por líderes religiosos e adorada pelos mesmos. Utilizada e estudada por políticos e empresários. Há uma concepção preconceituosa de que a filosofia é apenas para intelectuais, ricos, artista (...) uma elite. Esse argumento foi utilizado como sistema de defesa do poder político militar por muitos anos a fim de enclausurar nas universidades o debate libertador da filosofia. “Não são as máquinas que movem o mundo, mas sim, as idéias” (Victor Hugo). Essas noções guardadas podem ser corretas na maioria das vezes, uma vez que não se refere de fato ao que é filosofia. Quando nos perguntamos para que serve filosofia supomos que ela seja um instrumento, como um martelo, ou seja um meio pelo qual utilizamos para determinada coisa. Dizemos então que o martelo é importante para o serviço de marcenaria. A importância de algo numa sociedade consumista, capitalista e globalizada como a nossa mede-se pela sua utilidade. “Por isso não perguntamos, simplesmente qual a importância da filosofia”. Cortamos caminho e ganhamos tempo indagando logo para que serve, algo muito comum numa sociedade cujo o “slogan” ou seja, a linguagem popular é a seguinte: “tempo é dinheiro”. O erro que há nisso é pensar que a filosofia possa servir (...). Ainda nesse contexto faz-se necessário refletir sobre que forma de vida é essa que nos faz julgar necessária a pergunta: para que serve a filosofia? Cultura utilitária Seria o caso de perguntar por que, diante de algo que não conhecemos ou conhecemos pouco pensamos que saberíamos mais se soubéssemos para que serve essa coisa? Se não me engano, isso ocorre porque vivemos em uma civilização na qual o conhecimento é produzido de modo a privilegiar a utilidade. Se na física, por exemplo, os conhecimentos são produzidos em condições que, de uma maneira ou de outra, acabam tendo uma utilidade prática, então é lícito questionar para que serve os conhecimentos produzidos pela filosofia – se é que se pode chamar de conhecimento o que ela produz ! Mas será que pensamos desse modo de uma hora pra outra? Qual o processo histórico que nos ensina que é assim que nós devemos pensar? O processo histórico que nos deixou na situação de olhar para algo sempre em vista de saber sua utilidade foi produzido sob certa noção de racionalidade. A racionalidade é o modo como traçamos relações entre nossa inteligência e o mundo. Julgamos que seríamos tanto mais inteligentes quanto mais dominássemos as forças da natureza. Sob esse pretexto, esse empreendimento se tornou ao longo do tempo, a forma mais cruel de depredação. Pensar era nesse contexto tomar providencias para tirar o máximo de proveito dos recursos naturais, sem a menor preocupação em sarar as feridas que a extração desenfreada causava no meio ambiente. Uma delas é o superaquecimento da terra, uma ameaça que põe em risco o futuro da humanidade. Utilidade e felicidade. Na cultura utilitária deturpa-se a idéia de felicidade, como alguém já disse, a primeira coisa que o homem tocou pra dominar foi a mulher. Ou seja, seu semelhante e quando refletimos que a busca pela dominação do meio externo acaba refletindo na dominação interna da natureza humana (sua alma – consciência) – tão deturpada nos dias atuais, nos ajuda a compreender alguns eventos que atrapalham a possibilidade de uma vida feliz, como a violência, por exemplo. A civilização deturpada cuja felicidade se explica por meios de poder, faz pensarmos que seremos mais felizes quanto mais soubermos utilizar as pessoas. Exercício da Liberdade. É, pois, porque vivemos numa civilização das vantagens (sobre a infelicidade alheia) que somos levados a perguntar pra que serve isso e aquilo e também a filosofia. Diremos que a filosofia é uma forma de felicidade? É possível, meus caros alunos, é possível. Mas o leitor que chegou até aqui está longe de ser tolo, e pode perfeitamente retrucar: não perguntamos para que serve a filosofia, ou a quê, mas o que posso fazer com ela e, se não posso fazer nada com ela, e o que ela pode fazer comigo. Digamos então, que a filosofia como exercício de liberdade. Pode nos ajudar a nos livrar-nos de nossos saberes pré-concebidos, aceitos sem questionamentos, e que,exatamente por não terem sido discutidos impedem de nos relacionarmos de forma diferente com o mundo. Assim concebida, caros alunos, a filosofia não é bem um saber que podemos utilizar aqui e ali. É isto sim, um fazer (uma forma de pensar) – que nos ajuda na escolha de que saber podemos (para bem ou para mal) utilizar, seja a circunstância qual for. Se ainda assim você quiser pensar na filosofia como um desconfiômetro, uma peça de nossa inteligência utilizada para não engolirmos a primeira certeza que nos oferecem como sendo uma verdade indiscutível. Serve por exemplo para nos estimular a suspeitar de que a importância de algo está em sua utilidade e assim descobrimos que porque não é útil que a filosofia é importante. “Quando aprendemos a pensar para além do modo como nos ensinaram que seria o certo, quando duvidamos de nossas certezas absolutas, quando não abrimos mão de nossa liberdade e quando indagamos se isso que chamamos liberdade é mesmo uma liberdade pode ficar alerta porque estamos pondo para funcionar o desconfiômetro da filosofia, estamos começando a filosofar”. REFERENCIA. ABRAÃO Costa Andrade, Poeta, ensaísta, professor de filosofia da UFRN. REVISTA: DISCUTINDO FILOSOFIA. ANO 1º- N1º 2005. Apostila de filosofia: pro: DARÉ, Tiago. http://www.mundodosfilosofos.com.br/ Filosofando: introdução á filosofia: ARANHA,Arruda, de Lúcia Maria. MARTINS, Pires, Helena, Maria. Editora Moderna, 2003. Filosofia de vida. Na medida em que somos seres racionais e sensíveis, estamos sempre dando sentido ás coisas. Ao “filosofar” espontâneo de todos nós, costumamos chamar filosofia de vida. Não se pode pensar em nenhum homem que não seja também filósofo, e que não pense precisamente. Isso significa que as questões filosóficas fazem parte do nosso cotidiano: Quando nos perguntamos sobre o real valor da existência, de onde viemos, para onde vamos, o que de fato somos, porque de nossas escolhas e valores (...). Todos nós, seres humanos procuramos escolher critérios – Não importa que sejam pouco rigorosos, como morar, numa casa ou num apartamento, como educar nossos filhos – quais as decisões a tomar a respeito do estilo de vida que levamos, se praticamos esportes ou não, se escolhemos uma religião, outra ou nenhuma. É preciso reconhecer que existem critérios bem diferentes fundamentando tais decisões: há valores que entram em jogo aí. Especialista filósofo. Com isso não estamos confundindo filosofia de vida com reflexão filosófica, ou seja, a reflexão e ação do filósofo que tem suas exigências. O especialista filósofo é diferente dos outros especialistas (como o físico e o matemático), por exemplo, podemos bem pensar que enquanto grande parte dos indivíduos não precisa se ocupar com assuntos como trignometria, o mesmo não acontece com o objeto de estudo do filósofo, cujo interesse se estende a qualquer um. Por isso, considera-se importante o ensino de filosofia nas escolas, não propriamente pra despertar futuros filósofos especialistas, mas para aprimorar a reflexão crítica da filosofia inerente a qualquer ser humano. 1- Diferencie o especialista filósofo de filosofia de vida? 2- Por que a filosofia se faz presente no cotidiano, nas escolhas do dia á dia? 3- Se escolher, está extremamente ligado a moral, ao caráter e a ética como a filosofia pode nos ajudar em nossas escolhas? 4- José decide deixar a cidade, comprar um sítio pequeno, pede demissão de um emprego estável cujo salário se aproxima dos dez mil reais mensais. Para ter paz e sossego. Justifique esta opção de José, levando em consideração as escolhas e como as escolhas podem mudar os rumos de nossas vidas, sem se esquecer, que José rejeita um ótimo salário por paz e tranqüilidade. (opine sobre o fato cinco linhas) – tente ser imparcial, se José rejeitou este salário estava estressado e com baixa qualidade de vida. Processo de filosofar. Entre os antigos gregos predominava inicialmente a consciência mítica. Quando se dá passagem da consciência mítica para a racional, aparecem os primeiros sábios “shpos”como se diz em grego. Pitágoras (Séc- VI a.c). um dos filósofos chamados pré-socráticos e também matemático, teria usado pela primeira vez a palavra filosofia (philos–shopia), que significa “Amor a sabedoria”. Assim com o auxílio de seu significado – podemos ver que a filosofia não é puro logos (razão): ela é a procura amorosa pela verdade. Se a filosofia é por natureza teórica, isto não quer dizer que ela esteja a margem do mundo, nem se constitua numa doutrina ou num conjunto de conhecimentos bem ordenados. A filosofia supõe uma constante disponibilidade para indagação. Por isso, segundo Platão, a primeira virtude do filósofo é admirar-se. Para Kant. “Não há filosofia que se possa aprender só se aprende a filosofar”. Isso significa sobretudo uma atitude, um pensar permanente. O próprio objeto de estudo do filósofo é a trama dos acontecimentos, é o cotidiano, a cidade, a vida prática e teórica, política, felicidade, ética, cidadania, ciência, conhecimento, educação, meio ambiente e a própria história. O filósofo vive a filosofia sob a totalidade das coisas que nos rodeiam, por isso, mesmo os filósofos não especialistas, ou seja, estudantes, poetas, músicos, compositores, professores e alunos são capazes de filosofar, inclusive você meu caro leitor. 1 Qual o objeto de estudo do filósofo? 2 Sobre a capacidade de filosofar, se pudesse voltar dez anos atrás, ou a dez minutos, mudaria alguma coisa em sua vida? Examinemos a palavra reflexão: quando vemos nossa imagem no espelho a um desdobramento, pois estamos aqui e estamos lá; no reflexo da luz, ela vai até o espelho e retorna. (reflectere) – em latim significa fazer retroceder, portanto refletir é voltar a si mesmo examinar a si mesmo. (conhecer – a – ti mesmo).

Um comentário:

  1. Tenho que admitir, que este, é realmente um belo e bem elaborado texto... Procurei esse tema por que vi que para estudar engenharia civil, vou precisar entender esse assunto. Filosofia ensina a pensar e a questionar!

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